Heart-Shaped Box ?


Subi no banquinho para alcançar o alto da estante, e de lá tirei cuidadosamente a pequena caixa empoeirada. Alertava explicitamente uma etiqueta escrita com letras maiúsculas: "FRÁGIL".

Delicadamente retirei a tampa e deixei-a de lado. Analisava cada pedaço como se fosse a primeira vez, afinal já faz um bom tempo que eu não os procurava.Alguns pedaços ainda insistiam em estar ali, pareciam menores e mais desgastados que antes.

Me pergunto, e fico sem resposta. Talvez esse silêncio amordaçado, seja a melhor resposta.

Antes de guardar a caixa, contei todos os pedaços e medi cada centímetro da dor que eu sentia.
Fechei a tampa com cuidado e a devolvi para o mesmo lugar - o velho canto empoeirado de sempre.

Voltei para inquietude do dia-a-dia, mas a caixa continua a me olhar lá de cima.

Comentários

  1. psiu... poeira alguma (nem a do tempo, como você também já descobriu e deixou claro cinco posts abaixo) dá conta de reunir estes pedacinhos. A cola existe e é outra, e possui uma característica fascinante: jamais os pedacinhos formarão uma mesma figura, e jamais ela se repetirá. Colará os pedacinhos em outro arranjo, assim como não se ama duas vezes da mesma maneira, mas diferente porque assim também nos tornamos.

    um big bjão, guria. E não se machuque por aquilo que não vale a dor repassada. Tá?

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