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Da urgência

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Não sabia que urgência era aquela que me fez sentar embaixo do chuveiro e chorar sem motivos (aparentemente definidos), naquela noite vazia. E cá entre nós, não era um choro controlado, longe disso. Era um choro que encharcava toda a alma. Vi escorrer pelo ralo litros de angústias dissolvidas em lágrimas. Não entendia nada daquele doloroso processo, mas no fundo, sabia que era preciso. Lavar o corpo, lavar a alma. Quando as lágrimas enfim pararam de verter, o silencio me consumiu. Havia chegado a hora. Era preciso me reinventar. Renasci nova, corajosa, inteira e morrendo de sede de ser. Carregava no peito uma incontrolável vontade, dessas de mover montanhas, de recomeçar. Desliguei o chuveiro, enxuguei a alma. Antes de dormir, escolhi novos planos, desenhei novos sonhos, fiz a prece diária. Animada e cheia de fé, esperei pelo novo dia. Só agora, eu entendo. Aquela urgência era a minha urgência de ser, era a vida ecoando pelos cantos. Imagem:http://correndocomlobos.blogspot.com/