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Mostrando postagens de maio, 2010

Nada vai nos separar

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O futebol, de alguma forma muito especial, sempre fez parte da minha vida. Na escola, lembro dos campeonatos que eram promovidos. Um dos eventos mais esperados do ano, e eu... jogando ou não, sempre estava presente. Era a mais baixinha do time, mas era também a mais ligeira. Com a bola no pé, eu ia longe. Gritava o jogo inteiro e não aceitava perder. Se entrava em campo, era pra ganhar. Esse lema de que o importante é participar, nunca me convenceu. E acho até que foi por causa desse meu jeito meio radical, que me escolheram capitã do time. Nas finais decisivas, eram poucas as vezes que eu não estava envolvida em discussão com o time adversário...rs, infelizmente eu tinha aquele "quê" D'Alessandro de ser. (se é que vocês me entendem) D'Alessandro e seu temperamento explosivo Nunca vou esquecer o dia em que fui com meu pai numa loja do centro comprar uma chuteira nova. Olhei por horas, todos os detalhes de uma boa chuteira. Mas, como a grana era curta...escolhi a que e

A gata do 702

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Já faz um tempo que minha mãe havia me prometido um texto sobre a Pepa (nossa gata persa e minha dose diária de alegria). Eis que hoje, recebo por email esse conto encantador. ^^ A disciplina mental que temos que enfrentar para cumprir com êxito os prazos de leituras para estudos, algumas vezes, faz com que percebamos estranhos rituais de quem conosco convive. Morgana, este era inicialmente o nome escolhido. Chegou ao nosso apartamento numa manhã cheia de sol, trazida pela minha filha que com os olhos marejados de alegria a abraçava. Já fazia muito tempo que esta raça era por ela, muito desejada, mas como filha de professora sabia que estava muito além das condições financeiras de sua mãe. Ela chegou como presente de um querido amigo. Já adentrou na sala com ares de princesa, deitada em uma linda caminha azul. Junto vieram pentinhos, perfumes, brinquedinhos e shampoos. Pensamos muito, discutimos e finalmente em família houve um tácito consenso acerca da escolha. Ainda ho

Dos perdidos, achados

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A rotina daquele emprego era cansativa. Isso era fato. Guardar milhares de livros em seus devidos lugares todos os dias parece ser uma tarefa monotonamente exaustiva. Mas, cá entre nós, foi naquele lugar, durante o corriqueiro vai-e-vem entre uma estante e outra que eu tive a oportunidade de descobrir grandes tesouros. Me lembro até hoje. Final de semestre, dia de prova. Aquela biblioteca era mais visitada que o bar da faculdade. Os alunos corriam desesperados de um lado para outro atrás de material pra consulta e inquietos lotavam a fila de empréstimo. Como já havia arrumado todos aqueles livros por n vezes aquele dia, resolvi me dar o luxo de 10 min. de descanso, me escondi no corredor de livros de Literatura (onde você encontrava de tudo um pouco, desde Shakespeare até o Kama Sutra ilustrado) . Ironicamente, era o menos visitado da Biblioteca. Assim, além de ser um esconderijo perfeito, eu podia matar o tédio folhando alguns livros. E na esperança de encontrar algo que me distraísse

Da necessidade de falar

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Nada me perturba mais do que o eco que o silêncio faz quando mil palavras estão engatilhadas. Porque há o direito a fala...eu falo, grito e esperneio! hunf.

All one

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Cansada da rotina que se estendia, chegou a sua casa mais tarde que o normal, e mais do que depressa procurou pela lista que cuidadosamente escondia embaixo da caixa de bijuterias. Serviu um copo de vinho seco, e se pôs a pensar na vida. Anotou como de costume, uma ou mais recomendações, riscou alguns itens e escreveu planos absurdos, detalhadamente. Diante de todas aquelas letras, pontos e alguns rabiscos, aquela eterna incompletude parecia não ter sentido. Guardou a preciosa lista no bolso da calça jeans, e satisfeita por ter cumprido a tarefa do dia, ficou ali por alguns minutos a contemplar a solidão da noite fria que caia. E como já dizia Clarice: "E, se atravessara o amor e o seu inferno, penteava-se agora diante do espelho, por um instante sem nenhum mundo no coração. Antes de se deitar, como se apagasse uma vela, soprou a pequena flama do dia."

Partir...

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Dos dias que se passaram sem contar, ficou apenas o imenso vazio na alma. Uma dor que o tempo não se encarregou de carregar. Certa vez me perguntaram quanto tempo durou para que eu pudesse me conformar com tal perda, como se a vida nos permitisse definir prazos de validade para esses sentimentos que seguem eternamente inquietos. A vida tende a seguir seu ciclo natural com o passar do tempo, mas o que fazer com as palavras que não foram ditas, com os planos que foram desfeitos pelo destino incerto, com as lágrimas que insistem em verter quando lembro de ti? Sim...fica a saudade e a dor de um silêncio que nada preenche. "Partir não é só dizer adeus e ir embora. É, preciso fazer as malas, consolar quem chora. Se não bastar e houver demora Não te desespere ou saia por aí à fora. De tempo ao tempo, agradeça a Deus E espere a hora"