Vicky Cristina Barcelona

Ontem aproveitei o entardecer preguiçoso de uma segunda-feira chuvosa, para assistir "Vicky Cristina Barcelona", de Woody Allen. Enquanto saboreava sem pressa, uma sopa de legumes com bastante queijo ralado, acompanhava atenta o desenrolar da trama. O filme tem como protagonistas as duas amigas Vicky (Scarlett Johannson) e Cristina (Rebecca Hall), a narrativa envolve a dualidade de valores, comportamento e filosofia de vida dos personagens, tendo como cenário principal a belíssima cidade espanhola: Barcelona.

Como é de se esperar, Woody faz uma comédia romântica nada romântica, onde seus personagens estão fadados à solidão, à loucura ou ao tédio. Me apaixonei pela personagem interpretada por Penélope Cruz, incrivelmente sedutora e insana - Maria Elena - me pareceu a mulher mais interessante do filme. É ela quem, brilhantemente define, um mal que há tempos eu buscava entender - insatisfação crônica. O termo caiu como uma luva!

- Você não entende? Já conseguiu o que queria. Quer outra coisa. Isto já não lhe basta. É como uma doença. Nunca nada lhe bastará. Ela nunca vai ficar satisfeita com nada.
Insatisfação crônica, é o que você tem! Insatisfação crônica.” (Maria Elena - Vicky Cristina Barcelona)

Temperado com diálogos intrigantes, muita sedução, descobertas e decepções, o filme, despertou em mim profundas reflexões. Algumas frases ficaram ecoando o resto da noite em minha mente. Termino o post com a melhor delas: "Só amores não realizados podem ser romântico".

Será?



Pra quem ficou querendo mais, vale a pena assistir ;)

Comentários

  1. Sarah, lendo seu texto sobre o Vicky (que não ví no cinema, mas quero ver em DVD) lembrei-me de um outro filme (o título em inglês é 'One from the Heart', do Coppola, um dos filmes menos conhecidos e mais bonitos dele) - que lida bastante bem com esta 'coisa' (!) da busca romântica (ou como se aprende / se é ensinado, errado ou certo, a valorizá-la mais do que a realização mesmo, pra valer). Queria ter este filme pra te mostrar, pq é belíssimo, tanto visual (o filme é de 82, Coppola recriou Las Vegas em estúdio! Foi tta ousadia e grana nessa que o estúdio dele, o Zoetrope, faliu) como as interpretações, roteiro (bem inteligente, sensível sem descambar), trilha sonora... e as questões, que são bem estas: até onde vai nossa capacidade de nos envolvermos não com o outro, mas com o que imaginamos dele? O que realmente queremos, e, se já temos, nos satisfaz? De quanto precisamos (afeto, atenção, encanto) para tocar adiante a dois?

    bjão, e teu texto me deu muita vontade de ver o filme que perdi no cinema... pensar que ví o cartaz do Vicky e passei batido!!! :)
    (Ricardo)

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