Sobre amor, loucura e razão.



Hoje me peguei lendo alguns poemas que encontrei no blog de um amigo distante. E enquanto eu lia, um sentimento adormecido amordaçava meu silêncio. Me coloquei, por alguns minutos, no lugar daquele personagem apaixonado. Como seria perder noites afins? Perder a cabeça? Sentir na essência, a intensidade da ausência que o grande amor faz.

Há tempos tenho ensaiado para escrever um texto sobre esse sentimento nobre, que aflora nos corações apaixonados. Amor?? Paixão ?? Sabiamente definiu Camões "fogo que arde sem se ver, ferida que dói e não se sente". Incrível, não sai uma única palavra, apenas pontos. Ora pontos de interrogação, ora...reticências.

Não me sinto mais metade da perfeita simetria. Me sinto completa, inteira. E diante disso, sinto um alívio, imediato. Afinal quando se é metade, quase não se há razão no que se faz. Mas, por outro lado, as vezes também sinto falta de perder a razão, tirar os pés do chão, de gritar para o mundo "Eu te amo!" e de fazer promessas de amor eterno.

Quanta ousadia há na alma dos apaixonados! E uma boa pitada de "coragem", eu acrescentaria. Afinal, é um risco que se corre! Pois, um coração partido custa caro. E aí se vão dias, anos, vidas...e litros e mais litros de lágrimas. Depende muito do poder de cicatrização de cada um.

Enfim, me sinto segura onde estou. Hoje entendo o que minha mãe quis dizer com "o amor tem suas fases". Pra quem sempre foi "metade", acho até que estou me saindo bem. Me sinto mais confiante, mais racional, mais inteira. E acho que isso me permite oferecer uma verdadeira companhia. Se pudesse me definir quanto a isso em apenas uma frase, sem dúvida, citaria Niezstche : "Há sempre alguma loucura no amor. Mas há sempre um pouco de razão na loucura."

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