Das escolhas que deixamos de fazer

Esses dias atrás estava eu pensando sobre algumas limitações que acabamos impondo inconscientemente em nossas vidas. Eu mesmo, por exemplo, as vezes chego a ser insuportável devido aos vários "eu não vou", "eu não quero", "eu não faço" e "eu não gosto". A primeira vista pode até parecer birra, mas na verdade acho que o desconhecido as vezes me assusta. Quando estou disposta, até ouso a me aventurar por novos caminhos, mas na grande maioria das vezes fico estática diante de certos obstáculos.
E no desenrolar desse insight que tive, comecei a pensar nas escolhas que fazemos, que na grande maioria das vezes, acabam resultando em certas limitações. Certa vez me perguntei o porquê de escolher sempre o mesmo prato no restaurante chinês, sempre o mesmo lanche no McDonalds, sempre o mesmo caminho de volta para casa, sempre a mesma garagem no estacionamento do serviço e dentre outras enumeras escolhas previamente definidas. Pode parecer escolhas irrelevantes, mas fazem grande diferença na nossa rotina quando decidimos mudar.
Nesse caso, não é o medo que me impede de ousar, mas sim a comodidade de satisfazer-se com as mesmas escolhas, que parecem ser sempre as "melhores escolhas". Não me arriscaria em pedir um "frango xadrez", sendo o yakisoba especial meu pedido favorito. Na verdade, é devido à essa comodidade com nossa seleção de "melhores escolhas" que deixamos de experimentar novos temperos, conhecer novos lugares, novas pessoas. Perdemos até mesmo a oportunidade de ser uma pessoa diferente a cada dia. A arte de se reinventar é necessária, dá outro sentido à vida. Entretanto, dar um voto de confiança ao "novo" é uma tarefa difícil.
Nem sempre o novo nos encanta, mas quando ele nos surpreende, é incrível. E é diante dessas pequenas descobertas, que me pego ansiosa frente à imensidão de novas possibilidades. É estar em um corredor com milhares de portas trancadas, e ter em mãos um pesado molho de chaves. Quantas oportunidades novas para descobrir, aprender, re-aprender, e se reinventar.

E foi pensando nisso que encontrei um texto, que descreve sobre essa constante necessidade de mudar:





Mude

Mas comece devagar,
porque a direção é mais importante
que a velocidade.

Sente-se em outra cadeira,
no outro lado da mesa.
Mais tarde, mude de mesa.
Quando sair,
procure andar pelo outro lado da rua.
Depois, mude de caminho,
ande por outras ruas,
calmamente,
observando com atenção
os lugares por onde
você passa.
Tome outros ônibus.
Mude por uns tempos o estilo das roupas.
Dê os teus sapatos velhos.
Procure andar descalço alguns dias.
Tire uma tarde inteira
para passear livremente na praia,
ou no parque,
e ouvir o canto dos passarinhos.

Veja o mundo de outras perspectivas.

Abra e feche as gavetas
e portas com a mão esquerda.
Durma no outro lado da cama.
Depois, procure dormir em outras camas.
Assista a outros programas de tv,
compre outros jornais,
leia outros livros,
Viva outros romances!

Não faça do hábito um estilo de vida.

Ame a novidade.
Durma mais tarde.
Durma mais cedo.
Aprenda uma palavra nova por dia
numa outra língua.
Corrija a postura.
Coma um pouco menos,
escolha comidas diferentes,
novos temperos, novas cores,
novas delícias.
Tente o novo todo dia.
o novo lado,
o novo método,
o novo sabor,
o novo jeito,
o novo prazer,
o novo amor.
a nova vida.
Tente.
Busque novos amigos.
Tente novos amores.
Faça novas relações.
Almoce em outros locais,
vá a outros restaurantes,
tome outro tipo de bebida
compre pão em outra padaria.
Almoce mais cedo,
jante mais tarde ou vice-versa.
Escolha outro mercado,
outra marca de sabonete,
outro creme dental.
Tome banho em novos horários.
Use canetas de outras cores.
Vá passear em outros lugares.
Ame muito,
cada vez mais,
de modos diferentes.
Troque de bolsa,
de carteira,
de malas.
Troque de carro.
Compre novos óculos,
escreva outras poesias.
Jogue os velhos relógios,
quebre delicadamente
esses horrorosos despertadores.
Abra conta em outro banco.
Vá a outros cinemas,
outros cabeleireiros,
outros teatros,
visite novos museus.
Mude.
Lembre-se de que a Vida é uma só.
Arrume um outro emprego,
uma nova ocupação,
um trabalho mais light,
mais prazeroso,
mais digno,
mais humano.

Se você não encontrar razões para ser livre,
invente-as.

Seja criativo.

E aproveite para fazer uma viagem despretensiosa,
longa, se possível sem destino.
Experimente coisas novas.
Troque novamente.
Mude, de novo.
Experimente outra vez.
Você certamente conhecerá coisas melhores
e coisas piores,
mas não é isso o que importa.
O mais importante é a mudança,
o movimento,
o dinamismo,
a energia.

Só o que está morto não muda!

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