Das tempestades e eternos recomeços
Hoje
faz 2 anos e meio que não escrevo nada. Está sendo difícil estar frente a
frente com meus
antigos textos, relembrando quem eu sou. Meus textos, muitas vezes desabafo,
são os meus
muitos “eus” que me fazem sentir viva. É nesse pequeno intervalo entre teclas
inquietas e
pensamentos esvoaçantes que eu sinto pulsar, dentro de mim, uma inquietude que
cria.
Sempre
me cobrei a tal força criativa, aquela que tanto vejo em minha irmã, que dá
vida em tudo
que toca. Ela é maravilhosa! Pinta, desenha, cria. A veia da arte, sempre foi
parte daquela
menina mulher que eu tanto admiro.
Mas, eis que hoje, talvez pela lua estar em peixes,
resolvi voltar a escrever. E escrever para mim, sempre foi como uma terapia.
Sou eu e
a intimidadora tela em branco do notepad, aguardando ser preenchida com
palavras que transbordam
quando o coração pulsa. No
entanto, depois de todo esse tempo, me perguntei por muitas vezes o porquê da
minha ausência. Me
descobri quieta e indiferente, sem conexão nenhuma com essa energia que eu
sempre carreguei
comigo. Me descobri carente da essência que sempre fui, das inquietudes e mil dúvidas
e angustias que tanto me perturbavam. Se isso é amadurecer, me sinto em paz mas
sinto-me também incompleta e um pouco apática.
Certa
vez postei uma frase que achei interessante, ela dizia assim:
"E
quando a tempestade tiver passado, mal te lembrarás de ter conseguido
atravessá-la, de ter conseguido sobreviver. Nem sequer terás a certeza de a
tormenta ter realmente chegado ao fim. Mas uma coisa é certa. Quando saíres da
tempestade já não serás a mesma pessoa. Só assim as tempestades fazem
sentido."
E
talvez seja esse o motivo dessa confusão, esse eterno reconstruir-se faz com
que a gente se
reinvente tanto e tantas vezes que no final essa nova pessoa, essa que
atravessou a tempestade, é tão diferente da nossa verdadeira essência.
Desejo
voltar por aqui mais vezes mesmo sabendo que ter um blog é tão vintage, mas vez
ou outra sinto falta dessa parte de mim que ainda pulsa por aqui.
Comentários
Postar um comentário