Quando as luzes se apagam
Quando as luzes se apagam
Noite, quarto escuro. O estalar dos móveis ao meu redor quebrava o silencio noturno, mas não chegava nem perto do barulho perturbador dos pensamentos obsessivos que se contorciam inquietos dentro de mim. Tomavam
formas desproporcionais e, pouco a pouco, davam vida a uma realidade
agonizante que só existia ali dentro. Era como estar presa por entre grades
que só eu podia enxergar. E como é real!
Perdi a conta das noites em que passei ali, remoendo medos absurdos e angústias de fazer o peito palpitar. A ansiedade aumentava quando, ao olhar para o relógio, me dava conta de que faltavam poucas horas pra "acordar" e ir trabalhar. Desesperada, tentava de tudo: meditação, mantra, carneirinho pulando cerca. Nada funcionava. Continuava
presa no meu próprio inferno mental.
O dia amanhecia, e eu seguia com a
rotina da vida, exausta e acabada em olheiras. Era hora de sair da prisão e seguir adiante, esconder o cansaço com camadas extras de base e pó compacto.
Vida que segue.

Ha um tempo atrás eu comentara um posta seu onde eu dizia que para se fugir de uma prisão é necessário um companheiro de fuga, que quase sempre não é o companheiro de cela
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