O Louco

Se tem uma carta do Tarô que sempre me deixou inquieta e pensativa, é "o Louco". Que carta medonha!
Tentando interpretar as várias representações dessa carta, chego sempre a mesma conclusão, trata-se de um jovem à beira de um precipício. Mas o que mais me incomoda não é isso, e sim as feições do rosto. Não vejo medo, pânico, desepero. Muito pelo contrário, vejo uma postura repleta de destemor, um espírito livre e cheio de coragem.
Intrigada com tudo isso, lembrei-me de uma crônica de Gibran Kahlil Gibran que eu acho fascinante.
Perguntais-me como me tornei louco. Aconteceu assim:
Um dia, muito tempo antes de muitos deuses terem nascido, despertei de um sono profundo e notei que todas as minhas máscaras tinham sido roubadas – as sete máscaras que eu havia confeccionado e usado em sete vidas – e corri sem máscara pelas ruas cheias de gente gritando: “Ladrões, ladrões, malditos ladrões!”
Homens e mulheres riram de mim e alguns correram para casa, com medo de mim.
E quando cheguei à praça do mercado, um garoto trepado no telhado de uma casa gritou: “É um louco!” Olhei para cima, para vê-lo. O sol beijou pela primeira vez minha face nua.
Pela primeira vez, o sol beijava minha face nua, e minha alma inflamou-se de amor pelo sol, e não desejei mais minhas máscaras. E, como num transe, gritei: “Benditos, benditos os ladrões que roubaram minhas máscaras!”
Assim me tornei louco.
E encontrei tanto liberdade como segurança em minha loucura: a liberdade da solidão e a segurança de não ser compreendido, pois aquele que nos compreende escraviza alguma coisa em nós.
Tentando interpretar as várias representações dessa carta, chego sempre a mesma conclusão, trata-se de um jovem à beira de um precipício. Mas o que mais me incomoda não é isso, e sim as feições do rosto. Não vejo medo, pânico, desepero. Muito pelo contrário, vejo uma postura repleta de destemor, um espírito livre e cheio de coragem.
Intrigada com tudo isso, lembrei-me de uma crônica de Gibran Kahlil Gibran que eu acho fascinante.
O Louco
Perguntais-me como me tornei louco. Aconteceu assim:
Um dia, muito tempo antes de muitos deuses terem nascido, despertei de um sono profundo e notei que todas as minhas máscaras tinham sido roubadas – as sete máscaras que eu havia confeccionado e usado em sete vidas – e corri sem máscara pelas ruas cheias de gente gritando: “Ladrões, ladrões, malditos ladrões!”
Homens e mulheres riram de mim e alguns correram para casa, com medo de mim.
E quando cheguei à praça do mercado, um garoto trepado no telhado de uma casa gritou: “É um louco!” Olhei para cima, para vê-lo. O sol beijou pela primeira vez minha face nua.
Pela primeira vez, o sol beijava minha face nua, e minha alma inflamou-se de amor pelo sol, e não desejei mais minhas máscaras. E, como num transe, gritei: “Benditos, benditos os ladrões que roubaram minhas máscaras!”
Assim me tornei louco.
E encontrei tanto liberdade como segurança em minha loucura: a liberdade da solidão e a segurança de não ser compreendido, pois aquele que nos compreende escraviza alguma coisa em nós.
Como aquela balada...
ResponderExcluir"Dizem que sou louco
Por pensar assim
Se sou muito louco
Por eu ser feliz
Mas louco é quem me diz!
E não é feliz!
Não é feliz...
Se eles são bonitos
Eu sou Sharon Stone
Se eles são famosos
I'm Rolling Stone
Mas louco é quem me diz!
E não é feliz!
Não é feliz...
Eu juro que é melhor
Não ser um normal
Se eu posso pensar
Que Deus, sou eu..
Se eles têm três carros
Eu posso voar
Se eles rezam muito
Eu sou santa!
Eu já estou no céu
Mas louco é quem me diz!
E não é feliz!
Não é feliz...
Eu juro que é melhor
Não ser um normal
Se eu posso pensar
Que Deus, sou eu...
Sim! Sou muito louca
Não vou me curar
Já não sou a única
Que encontrou a paz
Mas louco é quem me diz!
E não é feliz!
Eu sou feliz!..."